Meu nome é Raquel Carlos, gerente pedagógica do Edify Education e no início de Novembro, realizei uma visita educacional à High Tech High, em San Diego, EUA. A primeira HTH foi inaugurada em 2000, como uma pequena escola pública, e hoje, após passar por um processo de iniciativa público-privada, atende mais de 5 mil alunos das séries K-12, o equivale aos alunos do ensino infantil ao segundo segmento do fundamental no Brasil.
Baseada em uma filosofia de aprendizagem por projetos, a escola HTH é uma referência para os entusiastas deste modelo e possui sua abordagem escolar guiada por quatro pilares fundamentais: equidade, personalização, trabalho autêntico e design colaborativo.
Curioso para conhecer os pilares e as percepções que tive sobre cada um deles? Essa aventura escolar vale a pena compartilhar. Vamos lá!
Pilares fundamentais da High Tech High:
1. Equidade
O objetivo deste pilar é erradicar diferenças sociais e ajudar os alunos a atingir seu pleno potencial. Para garantir que as escolas reflitam de fato sobre as diversas comunidades presentes em San Diego e arredores, o critério de preenchimento de vagas é feito através de um sorteio baseado no CEP dos inscritos.
Um exemplo prático que presenciei durante essa experiência, foi a de alguns alunos que viajavam até 2 horas, ida e volta, diariamente, só para frequentar a escola. Outra percepção que tive, foi a de que os professores realmente reconheciam o valor de ter estudantes de diferentes origens trabalhando juntos e por isso, empregavam uma variedade de abordagens para acomodar alunos com background sócio-culturais diversificados.
2. Personalização
Neste pilar, o objetivo é centralizar a abordagem no estudante, buscando apoiar e desafiar cada aluno diariamente. Os alunos perseguem suas paixões por meio de projetos e refletem, individualmente ou em grupos, sobre seu aprendizado.
Assim, eles aprendem a reconhecer a evolução da identidade e crescimento pessoal no convívio social, através de relacionamentos de confiança, carinho e respeito em uma rede educacional de alunos, professores e todos os funcionários da escola.
3. Trabalho Autêntico
Aqui, os projetos “mão na massa” são a estrela do show e integrar mãos e mentes com questionamentos multidisciplinares é imprescindível, gerando trabalhos mais significativos e envolventes dos alunos. Isto porque os pequenos se envolvem com projetos que realmente importam para eles, seus professores e todo o mundo fora da escola.
Os alunos conectam seus estudos ao mundo externo através de trabalho de campo, serviço comunitário, estágios e consultas com especialistas. Todas as instalações são pensadas para envolver a colaboração entre os alunos, com áreas de aprendizado, espaço para trabalho em grupos e áreas comuns para exibição de arte, protótipos e demais trabalhos.
4. Design Colaborativo
Os professores da HTH têm alto grau de autonomia e trabalham colaborativamente para planejar currículos e projetos que reflitam a experiência e a voz do aluno em cada uma de suas propostas. Assim, os alunos passam de ouvintes passivos a verdadeiros parceiros de design e conteúdo educacional.
O resultado é novamente, uma rede educacional que funciona como uma equipe de profissionais reflexivos, conduzindo a investigação sobre ensino e aprendizado equitativo, cultura escolar, abordagem por projetos e avaliação autêntica.
Essa aventura escolar foi filmada e você pode conferir o dia a dia da escola no vídeo produzido pelo Canal Futura, como mostra o vídeo no final da notícia.
Continue lendo essa aventura na segunda etapa dessa experiência e saiba mais como como adaptar a abordagem baseada em projetos para a realidade do Brasil.
Autor: Raquel Carlos
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