Dentro de um contexto educacional, ensino, aprendizagem e avaliação caminham lado a lado. Para um programa bilíngue obter êxito, é necessário que o mesmo inclua instrumentos de avaliação adequados aos seus objetivos e que envolva o aluno e o professor no processo avaliativo em vários momentos dos ciclos de aprendizagem.
O que é avaliação formativa e somativa?
Existem dois objetivos principais na avaliação de alunos: promover o aprendizado e medir e interpretar o que foi aprendido. A avaliação formativa foca na melhoria e no progresso de um objetivo de aprendizagem.
Em outras palavras, é a avaliação para medir a aprendizagem com o intuito de verificar se os estudantes estão alcançando os objetivos propostos anteriormente. Na avaliação formativa, checa-se o aprendizado durante todo o ciclo de ensino para determinar seu progresso e decidir os próximos passos.
Já a avaliação somativa, refere-se aos processos e instrumentos que proporcionam uma avaliação geral e final da aprendizagem de um aluno dentro de um período ou unidade específica. Ou seja, é a avaliação do aprendizado dentro de um contexto.
Comparam-se os resultados individuais com pares ou com um padrão ou nota pré-estabelecida. Ambos os modelos se complementam e são extremamente importantes para escolas bilíngues, pois as perguntas de caráter formativo, “para onde vamos”, “onde estamos” e “como chegamos lá” se beneficiam de evidências qualitativas e quantitativas obtidas por meio da avaliação dos alunos.
Como utilizar portfólios como instrumento de avaliação?
Podemos utilizar portfólios como forma de avaliação formativa, ou seja, para medir e identificar a aprendizagem do aluno. Um portfólio é uma coletânea de atividades, trabalhos e produções de alunos que dão visibilidade à construção do conhecimento, à organização dos saberes e às habilidades desenvolvidas durante um ciclo de aprendizagem. Sendo um documento vivo e colaborativo, é organizado pelos alunos com a supervisão do professor.
Portfólios possibilitam que aprendizes documentem o seu próprio progresso, tomando consciência de suas dificuldades e avanços. Permitem a professores avaliar esse crescimento, refletir sobre a eficácia de suas próprias práticas pedagógicas e fazer modificações, visando suprir as necessidades de seus alunos ou proporcionar maiores desafios. As trocas entre professor e alunos incluem vários momentos de feedback, e os alunos sentem-se engajados, pois são agentes de seu desenvolvimento.
Como avaliar a proficiência linguística de alunos em programas bilíngues?
O bilinguismo caracteriza-se pelo uso de uma ou mais línguas adicionais. Especificamente no Brasil, programas bilíngues dentro de escolas utilizam o inglês como um recurso que faz a mediação entre saberes, fazeres e reflexões e oportuniza vivências. Desta forma, o domínio da língua é extremamente importante para a evolução e desenvolvimento dos alunos. Há instrumentos com objetivos distintos para avaliar a proficiência linguística de aprendizes:
- • Testes de nivelamento determinam o nível linguístico de alunos, tradicionalmente no início da implementação de um programa bilíngue; são essenciais para definir o nível linguístico de um grupo de alunos e o material apropriado a ser utilizado;
- • Testes diagnósticos indicam os pontos fortes e pontos fracos a serem desenvolvidos em áreas específicas; são ideais em momentos iniciais de ciclos de aprendizado, para discutir e definir prioridades dentro de um leque de opções;
- • Testes de progresso avaliam o desempenho de alunos em conteúdos ou ciclos específicos; sua especificidade apoia objetivos de curto e médio prazo;
- • Testes de proficiência medem a competência linguística de aprendizes, correlacionando os resultados com os níveis do Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas: A1 e A2 (básico), B1 e B2 (independente), C1 e C2 (proficiente).
Qual o papel de exames internacionais em uma escola bilíngue?
Alunos inseridos em um programa bilíngue estão expostos à língua adicional com carga horária variável, em geral a partir de cinco horas semanais. Considerando-se objetivos de longo prazo, os exames internacionais validam a proficiência do aluno e, consequentemente, o sucesso do programa, pois são reconhecidos internacionalmente por outras instituições de ensino, órgãos governamentais e empresas.
Os exames de Cambridge, por exemplo, oferecem qualificações que abrangem desde os níveis mais básicos até proficiência avançada, com formatos, objetivos e conteúdos adequados aos segmentos escolares.
Ao prepararem-se para os exames de Cambridge, os alunos sentem-se motivados para aprimorar o seu domínio da língua, buscando oportunidades extraclasse para estudos, o que gera autonomia. Também desenvolvem competências e práticas comunicativas, habilidades específicas e se familiarizam com procedimentos de avaliação formal.
Ao obter um certificado internacional, o aluno comprova ao mundo a sua competência na língua, o que poderá oportunizar vivências futuras em contextos educacionais ou profissionais no exterior. Além disto, sente-se feliz e orgulhoso com essa conquista.
Autor: Cristiane Corsetti
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