Conteúdo desenvolvido em parceria com LIV – Laboratório Inteligência de Vida
Você já percebeu que, mesmo falando cada vez mais sobre a importância de cuidarmos da saúde mental, os números de pessoas ansiosas pelo mundo ou com diagnósticos de transtornos mentais não para de crescer?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros sofrem com ansiedade patológica, o que torna o Brasil o país mais ansioso do mundo. E cerca de 300 milhões de pessoas no mundo têm depressão, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Além disso, adolescentes com depressão têm contribuído para uma triste estatística. O total de óbitos de jovens causado por suicídio foi de 6.588 casos no Brasil, entre 2016 e 2021, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no ano passado. Entre os de 15 a 19 anos, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade, chegando a uma taxa de 6,6 por cada 100 mil.
Então, onde será que estamos errando com nossos jovens?
Embora as taxas de jovens que tiram a própria vida estejam caindo em todo o mundo, no Brasil, elas só aumentam, como revela o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 2022. Isso nos leva a pergunta: onde estamos errando? Ideais de vida inatingíveis, mostrados nas redes sociais? Falta de escuta atenta aos problemas dos jovens? Escolas que não têm políticas eficazes contra o bullying? Excesso de medicalização?
Para refletir sobre os cuidados com a saúde mental e apontar alternativas para que todos se cuidem melhor, o programa socioemocional LIV lançou o “Movimento LIV pela saúde mental. Onde estamos errando?”.
Um time de especialistas elaborou o material gratuito, online, que compartilha dados sobre ansiedade e depressão de adolescentes, oferece atividades variadas, e desfaz alguns mitos sobre a saúde mental, como os que dizem que “se pensar positivo, tudo melhora” ou “saúde mental é sinônimo de felicidade”.
Muita gente acha que saúde mental é felicidade, como se a gente pudesse subir uma escadinha até um lugar pleno e estático. Mas a vida é cheia de surpresas e obstáculos. A gente vai sentir tristeza, raiva, e é preciso ter recursos e estratégias para passar por esses desafios sem paralisar. Por isso, criamos o Movimento LIV pela Saúde Mental, para chegar no ambiente escolar, às famílias, para que a gente se apoie de maneira coletiva
diz a psicóloga Renata Ishida, gerente pedagógica do LIV.
O material aborda ainda o impacto das telas na vida dos jovens e aponta possíveis caminhos para melhorar a saúde mental, sem apresentar “fórmulas mágicas”.
Outro tema debatido é a importância de se criar espaços de escuta verdadeira para os jovens — prática incentivada em todo o conteúdo LIV disponibilizado para as escolas parceiras através de atividades como rodas de conversa.
Curtiu a iniciativa e deseja fazer parte do Movimento LIV: pela saúde mental? Clique aqui e acesse agora!
Podcast do LIV: ampliando o diálogo sobre saúde mental
Os temas saúde mental, depressão e ansiedade entre jovens e adolescentes também são destaques do episódio do podcast do LIV Sinto Que Lá Vem História, que conta com a participação do fundador e CEO do LIV, Caio Lo Bianco, mestre em Educação pela Universidade de Columbia, em Nova York, com dissertação sobre prevenção de suicídio entre jovens.
Junto da psicanalista Vera Iaconelli, Caio aborda as dificuldades que os adolescentes enfrentam. Segundo o CEO do LIV, os adolescentes não são considerados socialmente nem crianças nem adultos e, por isso, carecem de lugar social. Essa posição faz com que, muitas vezes, eles recorram à violência, contra si ou contra o outro, para se tornarem mais visíveis.
No episódio, Caio sugere caminhos e lembra que é preciso estar mais atento ao que os jovens dizem. E escutá-los verdadeiramente:
— O suicídio é um fato social e, portanto, sempre vai estar presente em diferentes tipos de sociedade, mas a prevenção é possível. Existe um tempo entre o pensamento, a ideação e o ato e, mais do que isso, em muitos casos, adolescentes comunicam de alguma forma essas intenções. A questão é: como escutar o que está sendo dito? A escuta tem que ser feita caso a caso, mas no mundo dos diagnósticos, dos protocolos, da categorização, se perdeu o olhar para cada situação. A gente escuta já pensando no que vai falar, quer logo dar uma resposta, um diagnóstico, uma solução, porque dessa forma a gente tira isso do nosso colo — avalia.
Quando conseguimos exercer essa escuta, percebemos que cada criança ou adolescente tem uma maneira de ser. Ao conhecê-los e ouvi-los, temos mais facilidade para perceber quando algo destoa, acendendo um sinal de alerta. Precisamos também validar as questões que os jovens nos trazem, sem adotar o discurso que elas são típicas da idade e logo passarão. Cada dor importa, não tem mais ou menos importância do que outras.
Um caminho para sermos mais empáticos é relembrarmos questões da nossa própria adolescência e nos perguntarmos sobre a diferença que teria feito – tanto para aquele período, quanto para os dias de hoje – receber acolhimento e escuta verdadeiramente interessada.
Para saber mais sobre o assunto, clique no player abaixo: