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Entre algoritmos e emoções: bem vindos à educação na Geração Beta

Inteligência artificial (IA), intensidade tecnológica, realidade virtual, robôs avançados, integração do real com o digital, influência dos algoritmos, desafios ambientais, crescimento demográfico acentuado, automação extrema e novas formas de interação social estão entre os pilares da geração Beta, que tem início com as crianças nascidas em 2025 e segue até 2039.

Tais jovens não apenas interagirão com a tecnologia de maneira ainda mais profícua, mas também terão seu desenvolvimento cognitivo e educacional diretamente moldados por ela.

Surgem, então, algumas questões que merecem ser analisadas: Quem é exatamente a geração Beta? Quais são suas principais características? O que se espera sobre o desenvolvimento cerebral dessa nova geração? Qual o impacto das novas tecnologias na educação e no processo de ensino e aprendizagem desses jovens? Vamos juntos entender um pouco mais sobre esse tópico!

Conteúdo do Post

Geração Beta: Quem são e quais são suas principais características?

O termo ‘geração beta’ foi cunhado pelo pesquisador australiano Mark McCrindle, que também criou o nome da geração anterior, Alpha (2010-2024), dando sequência à ordem alfabética grega. O conceito segue a lógica das gerações prévias, que são as Gerações X, Y (Millenials) e Z. O nome ‘beta’ remete ao conceito de teste e aprimoramento de softwares, o que significa que tal geração, ainda em formação, crescerá  em um mundo marcado por rápidas mudanças e adaptação constante. Cerca de 2,6 milhões de nascimentos formam tal geração e estima-se que globalmente a cada semana e, até o final de 2039, atingirá um pouco mais de 2 bilhões de pessoas. A maioria desses jovens fará parte do século XXII e será  fundamental para delinear as diretrizes da segunda metade do século XXI.

A geração Beta terá suas rotinas altamente automatizadas e marcadas pela presença da realidade aumentada em diferentes esferas do cotidiano. Ambientes virtuais imersivos e o processo de personalização guiado por algoritmos de inteligência artificial, como educação, saúde, trabalho e entretenimento farão com que surjam novas formas de aprender, consumir e se conectar. Prevê-se, de igual forma, que a geração Beta, além de hiperconectada, terá uma consciência ambiental mais veemente, como resposta a um contexto global mais alarmante no que se refere às mudanças climáticas e à sustentabilidade. Logo, tal geração vivenciará o desafio de balancear o uso ético da tecnologia com a tentativa de corrigir os erros ambientais e sociais das gerações anteriores. E qual será a resposta cerebral da geração Beta ao enfrentamento de todas essas demandas?

Geração Beta: como a tecnologia moldará o cérebro das crianças e jovens

A neuroplasticidade permite que o cérebro humano se adapte a diversas mudanças. Sendo assim, o desenvolvimento cerebral da geração Beta será profundamente influenciado pela exposição intensa à tecnologia, inteligência artificial e novos formatos de aprendizado. A aprendizagem contínua será uma necessidade, devido a rápida evolução da tecnologia. Haverá elementos positivos no desenvolvimento cerebral, no entanto, haverá também pontos de atenção e devemos estar atentos.

Maior capacidade de processamento de informação & Sobrecarga cognitiva

O cérebro dessa geração lidará com múltiplas fontes de informação simultaneamente, o que exigirá um trabalho intenso de habilidades de filtragem de informações de discernimento. Crianças e adolescentes hiperconectados tendem a desenvolver maior rapidez na busca e assimilação de informação. Porém, quando isso ocorre em um cérebro muito jovem surge um ponto de atenção, pois se trata de um cérebro ainda não plenamente conectado, já que a maturidade cerebral se fecha por volta dos 25 anos. A tentativa de realização de multitarefas dificulta o desenvolvimento do foco e da concentração e gera sobrecarga cognitiva, resultando em prejuízo de aprendizagem e comprometimento do pensamento crítico e análise profunda.

Raciocínio rápido e tomada de decisão ágil & Isolamento social

A interação constante com a tecnologia e a IA podem tornar essa geração mais ágil na resolução de problemas. Softwares adaptativos e a realidade virtual auxiliarão na tomada de decisão sob diferentes contextos. Se por um lado, o desenvolvimento cognitivo incluirá novas formas de armazenamento e acesso à informação. Por outro lado, o contato com assistentes virtuais e robôs poderá prejudicar a interação face a face e o desenvolvimento da empatia, fazendo com que as habilidades socioemocionais precisem ser estimuladas para evitar o isolamento social. Todas essas mudanças exigirão novas abordagens educacionais para garantir um equilíbrio entre tecnologia, desenvolvimento humano e bem-estar.

Educação na era da geração Beta

Os principais aspectos que influenciarão o processo educacional da geração Beta são a tecnologia e a personalização do aprendizado. A IA ajudará no ajuste  dos conteúdos conforme o ritmo de aprendizado de cada estudante e tutores virtuais e assistentes de IA darão suporte imediato ao aprendizado. Acrescenta-se a isso o fato de que softwares de análise de dados ajudarão professores a identificar dificuldades e oferecer sugestões de atividades que possam ajudar o estudante nas áreas que precisa aprimorar.

Porém, a dependência da tecnologia e o uso massivo da inteligência artificial na educação poderão criar uma geração mais dependente de assistentes virtuais, reduzindo o desenvolvimento da autonomia no aprendizado. A facilidade de obter respostas rápidas pode reduzir a tolerância à frustração e a capacidade de persistência em desafios acadêmicos. Por exemplo, caso os estudantes se acostumem a receber respostas instantâneas fornecidas por IAs, podem ter mais dificuldade em desenvolver habilidades de pesquisa e resolução de problemas complexos, que são habilidades imprescindíveis para o desenvolvimento integral dos estudantes.

Aulas imersivas com realidade aumentada e realidade virtual serão mais frequentes, fazendo com que a aprendizagem seja mais prática e visual, o que ajudará na retenção do conteúdo. O processo de gamificação tornará o ensino mais envolvente já que promoverá desafios a serem atingidos pelos estudantes em diferentes áreas do conhecimento. Além disso, as escolas estarão mais conectadas globalmente, permitindo interações entre estudantes de diferentes partes do mundo, que poderão participar de projetos colaborativos internacionais.

Devido à facilidade de interação global permitida pela tecnologia, o ensino bilíngue, e talvez até plurilingue, será cada vez mais comum e necessário desde a infância para que essa geração esteja preparada para uma comunicação mais efetiva com diferentes culturas. Da mesma forma, muitas profissões já exigem fluência em mais de um idioma, principalmente o inglês, que continuará dominando a área de programação, a IA e inovação. Logo, ser bilíngue será uma vantagem competitiva e uma necessidade básica para essa geração hiperconectada.

Um outro aspecto importante a ser considerado na área educacional da geração Beta será um aprofundamento da educação digital, que lidará com segurança na internet, privacidade e ética no uso da IA. Saber lidar com a segurança digital será imprescindível para um uso saudável da tecnologia,  pois os jovens crescerão totalmente imersos em um mundo conectado, onde dados, identidade e privacidade estarão constantemente em risco.

No que diz respeito a área de avaliação, haverá mais portfólios digitais para os estudantes mostrarem suas competências e os modelos de provas tradicionais padronizadas poderão ser substituídos por avaliações baseadas em projetos. Haverá também mais valorização da aprendizagem contínua e habilidades práticas.

A geração Beta será marcada pelo mesclar do real com o digital, onde a IA e automação estarão profundamente integradas ao cotidiano. Tal evolução tecnológica transformará não apenas a forma como esses jovens aprendem, mas também como pensam, se relacionam e resolvem problemas.

No campo educacional, a personalização do aprendizado, a gamificação e o ensino imersivo prometem tornar a aprendizagem mais envolvente e eficaz. No entanto, será fundamental equilibrar os benefícios da tecnologia com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, pensamento crítico e autonomia, evitando a dependência excessiva de assistentes virtuais e a superficialidade no aprendizado. Além disso, a segurança digital e a ética no uso da IA precisarão ser pilares da educação, preparando esses jovens para um mundo altamente tecnológico, mas que exige responsabilidade e discernimento.

Diante desse cenário, o grande desafio será garantir que a geração Beta cresça não apenas hiperconectada, mas também consciente, criativa e preparada para os desafios do futuro. O sucesso dessa geração dependerá do equilíbrio entre inovação e humanidade, permitindo que a tecnologia seja uma aliada no desenvolvimento integral de cada indivíduo.

Autora: Andreia Fernandes

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