Palestrantes e linguistas internacionais discutiram tendências e apresentaram iniciativas inovadoras para os desafios de avaliação em contextos educacionais locais e regionais, na primeira edição da conferência do British Council: “New Directions in English Language Assessment in Latin America” , entre 21 e 23 de março.
Plenárias, mesas redonda e palestras abordaram os temas: letramento em avaliação, avaliação da proficiência linguística de professores, avaliação da habilidade oral e alinhamento entre aprendizado, currículo e ensino.
O que é “localização” dentro de sistemas de ensino?
Em sua plenária, o Professor Barry O´Sullivan do British Council enfatizou a necessidade de soluções localizadas. Para um teste ser utilizado de forma apropriada dentro de um contexto educacional ou social específico, o mesmo deve alinhar-se com as necessidades daquele contexto.
Não é possível separar aprendizado, ensino e avalição. Um sistema de ensino exitoso engloba currículos, instrumentos de avaliação e materiais, treinamentos, etc. adequados aquele contexto.
Desta forma, o argumento de que uma solução global funcionaria para todos os sistemas de ensino não se sustenta.
Qual o padrão de inglês a ser seguido?
O Professor Constant Leung, da universidade “Kings College London” debateu sobre “As variedades de inglês e práticas multilíngues – os desafios para a avaliação linguística”. O objetivo de atingir a competência de falante nativo é inapropriado considerando as variedades de inglês no mundo globalizado.
A versão atualizada do “Quadro Comum Europeu de Referências para Línguas” de 2018 remove o padrão de “falante nativo” e o substitui por “falante proficiente”. Dentre as práticas multilíngues, destaca o fenômeno “translingualismo”.
O inglês como “Língua Franca” possibilita a mediação de significado entre falantes de outras línguas.
Qual o nível de inglês desejável para professores de inglês em programas bilíngues?
Na palestra “A avaliação linguística de professores brasileiros para um programa bilíngue em múltiplas regiões”, apresentamos nossa solução localizada e nossos instrumentos para medir a proficiência linguística de 148 professores de inglês em potencial para o y no Brasil em 2019.
Também discutimos o nível de proficiência desejável, dentro do Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR), para perfis de profissionais dentro da educação bilíngue:
- Professores de inglês desenvolvendo aspectos comunicativos, formais e culturais da língua inglesa, habilidades socioemocionais e aprendizagem baseada em projetos: CEFR C1 ou C2
- Mesmo perfil acima, porém somente na educação infantil: CEFR B2 ou acima
- Profissionais utilizando o inglês como instrumento para ensinar ou reforçar conteúdos de outras disciplinas e projetos: CEFR B2 ou acima
- Profissionais utilizando o inglês como instrumento para conduzir vivências e experiências como aulas de ioga, de futebol, de culinária, etc.: CEFR A2 ou B1
Nossos resultados de avaliação linguística dos 148 professores de inglês em potencial para o Edify revelaram um panorama favorável à implementação de programas bilíngues:
E como podemos apoiar professores de inglês ou profissionais da educação bilíngue para o seu aprimoramento linguístico?
Concluímos a nossa participação no congresso com as seguintes sugestões:
- Cursos de inglês online
- Cursos preparatórios para certificações internacionais com exames de Cambridge, IELTS e TOEFL
- Planejamento de aulas em conjunto com coordenadores pedagógicos
- Foco na linguagem para instruções e apresentações
- Grupos de estudo para a preparação para exames internacionais
- Cursos internos de inglês ministrados por colegas
- Sessões de treinamento ou oficinas com foco em conscientização linguística
- Participação em webinários e conferências
Por fim, entre outros destaques, representantes de “Cambridge English Assessment” apresentaram histórias de sucesso. Hugh Moss abordou o impacto positivo da prova “Teaching Knowledge Test” (TKT) no México, pelas perspectivas de professores, empregadores e instituições de treinamento.
Alberto Costa descreveu o projeto “Panamá Bilíngue” em conjunto com o governo panamenho, com o objetivo de elevar os padrões de ensino em escolas públicas no país.
Autor: Cristiane Corsetti
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