“Em um mundo marcado pelas divisões e pela compartimentalização do ser e do saber, resta-nos perguntar pelo sentido: sentido de educar, sentido de viver, sentido de humanizar. Respostas exatas não há. Mas há a possibilidade da busca. É o desafio da busca que caracteriza o ato humanizador da educação: a busca de dar sentido ao próprio sentido.” (Freire, Patrocínio. 2014. p. 30) Vamos falar sobre educação por valores?
Em algum momento da sua trajetória humana, você irá se perguntar ou já deve ter se perguntado sobre o real sentido da sua vida. Talvez esse seja um dos principais questionamentos feitos por todo indivíduo que busca autoconhecimento. Entretanto, essa é uma reflexão que não aceita fórmulas prontas, respostas definitivas ou soluções imediatas.
A realidade é que autoconhecimento é um processo. Por essa razão, buscar dar sentido à vida torna-se condição inerente a esse processo. Tal procura envolve entender o valor da própria existência. É, em outras palavras, um processo de educação por valores.
E para começar a entender o porquê da sua existência é necessário compreender que ela exerce um papel dentro de um sistema muito mais complexo que transcende barreiras materiais, intelectuais, sociais, ambientais, psíquicas e até mesmo espirituais.
É nesse cenário que a educação contemporânea se encontra: no fomento do autoconhecimento, no desenvolvimento das potencialidades do ser humano, na valorização da integralidade do sujeito e na aceitação do indivíduo com todas as suas idiossincrasias, cuja figura central na sala de aula é representado pelo aluno. Um processo incessante e inquietante, assim como é a busca pelo sentido da própria existência humana.
Beyond
O conceito da palavra beyond tem natureza libertadora, inovadora e, por isso, também uma natureza desafiadora. Beyond é um convite para uma demanda urgente da educação contemporânea: a necessidade de ir além, de expandir, de ampliar… de não se limitar.
Essa premissa nos traz novamente para o cerne da questão educacional: como levar aos alunos a experiência beyond por meio da educação? E como esses mesmos alunos podem aplicar a essência do conceito beyond em suas próprias vidas?
Aplicar uma educação beyond é pensar o aluno e seu papel de agente no mundo. Pensar beyond é enxergar o indivíduo em sua integralidade, tanto como detentor de conhecimento quanto de desejos, anseios e inquietudes.
Ensinar beyond é educar para um indivíduo mais consciente do seu lugar no mundo, conhecedor de sua individualidade, porém imerso em contextos de vida que demandam atitudes mais macro, mais integradas e conectadas. Ser beyond é nutrir o autoconhecimento, as descobertas e a vontade de dar sentido à própria vida.
Beyond: Culture & Religion
Educar a partir de premissas humanizadoras não é tarefa fácil e torna-se um desafio ainda maior quando nos deparamos com um forte apelo por uma educação compartimentada e de saberes pouco integrados. Uma educação segmentada não é condizente com a condição humana, já que é a complexidade aquilo que, de fato, nos define: ela nos torna únicos.
Um ensinar compartilhado que promova o indivíduo a primeiro plano, que fomente o autoconhecimento, que respeite as individualidades intrínsecas a cada um e que eleve o aluno a um patamar de agente da própria história e do seu papel na comunidade em que vive é a contribuição que a série Beyond: Culture & Religion procura deixar.
Por que Beyond: Culture & Religion?
Beyond: Culture & Religion integra a coleção Beyond de educação bilíngue da Edify para o Ensino Fundamental 1 e o Ensino Fundamental 2. Esse material foi cuidadosamente pensado e produzido a fim de desenvolver o aprendizado da educação religiosa em escolas confessionais cristãs.
A abordagem de aprendizagem por meio de projetos (PBL) permite que os alunos se tornem agentes do próprio aprendizado ao mesmo tempo em que aperfeiçoam habilidades como autonomia, espírito de equipe, negociação, solução de problemas, entre outras.
Outro aspecto importante é a introdução de conteúdo em uma língua estrangeira. Isso garante não somente uma maior exposição dos alunos à língua inglesa, como aguça o interesse no aprendizado como processo.
A aprendizagem partir da integração de conteúdo e língua (CLIL), permite que os alunos estabeleçam conexões mais significativas e adequadas a realidade deles. Além disso, uma vez que os objetivos das lições direcionam para o desenvolvimento de valores cristãos, a língua inglesa torna-se, assim, o meio de comunicação desses valores, sendo introduzida de forma calculada ao longo do processo.
Beyond: Culture & Religion defende que a aprendizagem através de experiências calcadas em valores cristãos permite a troca de conhecimento, seja entre alunos ou entre professores e alunos. Essa troca convida o aluno a ouvir, ler, falar e compartilhar histórias. E é a partir dessa permuta que o indivíduo se torna consciente de sua própria identidade enquanto desenvolve um forte senso da vida em comunidade.
Valores essenciais à formação do caráter humano são apresentados e abordados de maneira lúdica e se constroem a partir de um pensar criativo, ativo e colaborativo. Por meio de projetos propostos para cada faixa etária, Beyond: Culture & Religion busca tornar tais valores mais tangíveis, ao passo em que estimula o desenvolvimento sensorial, afetivo e cognitivo de cada aluno.
Por fim, a série busca incentivar também práticas reflexivas, pesquisa, análise de informação e diálogo, elementos essenciais para o autoconhecimento. Beyond: Culture & Religion estimula o pensamento crítico, a colaboração, a criatividade, a comunicação e os sensos de autoria e pertencimento inerentes a cada indivíduo. Ou seja, é pura educação por valores.
Indo além
O dinamismo é intrínseco à Educação e, consequentemente, um convite à busca constante por novas soluções, práticas e formas de aprender, de fazer e de pertencer.
Paradoxalmente, vemos que o ato pedagógico ainda insiste em tentar se distanciar do sujeito-alvo da educação: o aluno. “O sujeito é o protagonista do ato pedagógico enquanto processo educativo em que a educação abrange maior profundidade ao se tornar mais ampla do que o seu quefazer formativo. O que fazer pedagógico é chamado a ampliar o processo humanizador da formação humana: a educação. Sem o olhar educativo, esvazia-se o ato pedagógico, se é que assim ainda pode ser ele denominado.” (Freire, Patrocínio. 2014. p. 20)
Por fim, um olhar para esse sujeito como o elemento-chave do ato pedagógico requer um exercício profundo de revisitar conceitos, ampliar horizontes e entender que o processo educacional deve ir além de currículos e estruturas pedagógicas fragmentárias, compartimentadas e contrárias à integralidade e autoconhecimento do ser humano, representado aqui pela figura de cada aluno.
Por: Marcella Oliveira de Sousa Tada
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