A educação infantil é o espaço ideal para a promoção de aprendizados e desenvolvimento. Nela, é possível oferecer estímulos adequados a fim de favorecer o aperfeiçoamento cognitivo, físico, emocional e social da criança. Convém sempre ressaltar que as vivências dessa fase desempenham uma responsabilidade crucial por moldarem a arquitetura do cérebro e gerarem impactos relevantes para o sistema de aprendizagens futuras.
O desenvolvimento cerebral nos primeiros cinco anos de vida é muito acelerado, o que favorece o processo de obtenção e assimilação de conhecimento. No caso do bilinguismo, sabemos que, quanto mais exposta a experiências variadas, especialmente linguísticas, mais a criança estabelecerá redes neuronais ativas, bem como mais facilmente saberá lidar com situações diversificadas, ampliando e amadurecendo o seu conhecimento de mundo.
Pensando nisso, nós, do Edify, vamos te explicar a relevância do bilinguismo durante a infância e elencar os 5 principais benefícios. Para conferir, é muito simples, basta dar prosseguimento à leitura deste artigo! Vamos lá?
Por que o bilinguismo?
Uma das maneiras mais assertivas de proporcionar a estimulação cerebral infantil é por meio da educação bilíngue. A imersão na segunda língua possibilita que as crianças se familiarizem com sons, pronúncias, palavras e expressões do idioma, além de fortalecer as redes neuronais, em razão do amplo repertório de informação diversificada que vai sendo construído em sua mente.
Ao passo que a criança aprende e precisa fazer a integração desses componentes, outras habilidades acabam sendo desenvolvidas, como associação de ideias, capacidade de análise e síntese, classificação, atenção, memória, raciocínio lógico e criatividade.
Em países como o Canadá, o bilinguismo é um fenômeno natural, considerando que por lá, além do inglês canadense, também utiliza-se bastante o francês, como resultado, temos o sistema educacional canadense como um dos melhores do mundo.
Esse fator, certamente, nos leva a refletir sobre como a experiência bilíngue desperta o potencial de aprendizagem das crianças e, de fato, molda o cérebro no momento da vida em que ele é mais flexível.
Leia mais: Neurociência e educação: como o cérebro infantil aprende?
Por que é mais fácil aprender outro idioma na infância?
Para você compreender como o idioma complementar age no aspecto neural da criança, pense que os diversos idiomas existentes utilizam cerca de 800 sons e apenas 40 deles é o que distingue um idioma do outro. Os bebês nascem com um potencial para falar qualquer língua e, justamente por isso, dizemos que eles são “cidadãos do mundo”.
Por volta dos seis meses, os bebês já são plenamente capazes de discriminar todos os sons de qualquer língua. No entanto, por volta dos doze meses, o cérebro dos bebês começa a selecionar os sons específicos da língua materna e essa habilidade de diferenciar outros sons vai se perdendo.
À medida que crescem, fica mais difícil — porém não impossível — articular novos padrões rítmicos. Daí porque é mais fácil aprender novas línguas durante a infância.
Destaca-se, porém, quando há a exposição sistemática e regular a um segundo idioma, mediada pela interação de um adulto ou com outras crianças, os bebês passarão a reconhecer os sons “estrangeiros” como possíveis e a mantê-los ativos para futura comunicação. Assim, aprender um novo idioma na infância exige menos esforço e resultará em uma pronúncia mais apurada devido à facilidade de discriminação e articulação de sons. Se você deseja entender como funciona a neurociência no cérebro adolescente, acesse o link e confira o nosso conteúdo sobre o tema!
E como o bilinguismo infantil ocorre na prática?
Em suma, é possível dizer que as crianças podem se tornar bilíngues de duas maneiras:
- Por meio da aquisição simultânea à língua materna (quando ocorre até os três anos);
- Por meio da aquisição sequencial (quando ocorre após os três anos, geralmente, em um contexto de escola bilíngue).
Falamos um pouco sobre essas opções e as escolas que as atendem aqui no blog e, para conferir, basta acessar o link depois.
A aquisição sequencial de uma segunda língua acontece de uma forma muito semelhante à aquisição da língua materna. Ainda, ela funciona do mesmo modo pelo qual é possível criar hábitos, ou seja, na repetição contínua.
Veja: primeiro a criança ouve, interage, é estimulada pela fala do outro e apresenta uma resposta física, não verbal ao estímulo. Ela vai sorrir, balbuciar, seguir um comando e identificar um determinado objeto ao lhe ser solicitado.
Mantendo a estimulação adequada no idioma, com contato diário, por meio de fala, música, jogos interativos, histórias e dramatizações, a criança começa a construir o sentido e o vocabulário. Inicia, então, o uso de palavras isoladas e da fala imitativa.
Mais tarde, ela conseguirá desenvolver a fala propriamente dita e vai atingir conhecimento suficiente para combinar palavras e formar frases de sua autoria para manifestar preferências, fazer comentários ou solicitações, recontar uma história, etc. No entanto, se essas aquisições não forem utilizadas e exercitadas com frequência, naturalmente o cérebro irá descartá-las como não sendo importantes e elas serão “esquecidas”.
Qual é o papel do bilinguismo na transformação do cérebro infantil?
A experiência do bilinguismo na infância tem impactos positivos no cérebro e aumenta as capacidades cognitivas ligadas à atenção, à memória, ao raciocínio lógico e à criatividade.
Abaixo, você pode conferir as 5 principais vantagens do ensino e da aprendizagem bilíngue na infância!
5 benefícios do bilinguismo na educação infantil
Não há como falar em bilinguismo nos anos iniciais de vida, sem falar dos seus principais benefícios, os quais são:
- Controle inibitório;
- Capacidade de análise e síntese;
- Habilidade de foco e atenção;
- Maiores chances de fluência;
- Ampliação da memória.
Vamos entender melhor cada um deles!
1. Controle inibitório
Uma das questões apresentadas é o aumento do controle inibitório, isto é, a capacidade de selecionar informações relevantes e bloquear distrações. Quando pensamos em ambientes de imersão, as crianças lidam, ao mesmo tempo, com dois códigos linguísticos de conceituação: a língua materna e a língua adicional.
Quando os pequenos ouvem o professor falar, eles acionam, concomitantemente, os dois canais. Contudo, internamente, bloqueiam a informação de um idioma e deixam fluir o outro que está sendo requisitado no momento. Por exemplo, se o professor de inglês mostra a figura de um cachorro e pergunta “What’s this?”, a criança seleciona a palavra pertinente ao contexto, além de identificar e nomear o vocabulário. Então, ela responde “dog” e não “cachorro”.
2. Capacidade de análise e síntese
Em sequência, a alternância de códigos (uso da língua materna e da língua adicional), fortalece a habilidade de atenção seletiva. Esse exercício constante favorece o desenvolvimento de outra habilidade que é a capacidade de análise e síntese.
Quando os alunos ouvem uma história narrada em inglês, conseguem selecionar e reproduzir palavras-chave para o entendimento global da narrativa. Eles compreendem o todo, sem se ater ao significado de palavra por palavra, assim fazem inferências e desenvolvem a compreensão e a interpretação.
3. Habilidade de foco e atenção
Outro fator que precisa ser destacado é a aptidão em focar e direcionar a atenção para questões específicas. Podemos dizer que as crianças bilíngues tornam-se mais eficientes em focar a atenção, dada a necessidade de organizar a extensa quantidade de informações em línguas diferentes.
E considerando que exercitam mais vezes a habilidade de atenção seletiva, futuramente terão maior agilidade na compreensão de um texto ao inferir dados, ao distinguir informações importantes em um enunciado e também ao passar de uma tarefa para outra, sem se perder no raciocínio.
4. Maiores chances de fluência
Em escolas bilíngues brasileiras, por exemplo, as crianças recebem estímulos em português e em inglês e absorvem essas informações. O tempo todo há interferência e transferência entre as duas línguas. Até porque, mais do que simplesmente aprender a segunda língua, o bilinguismo requer que os indivíduos a dominem e, para isso, se faz necessário criar todo um ambiente propício para a fala, escuta, escrita e interação em outro idioma.
Conforme vão sendo estimuladas a utilizar ambos os idiomas, cria-se uma atmosfera na qual é mais propício serem fluentes tanto na língua materna quanto na adicional.
5. Ampliação da memória
Para que a memória possa ampliar a sua capacidade de aquisição, armazenamento e evocação, é importante que haja exercício contínuo. Por intermédio do processo de aprendizagem do segundo idioma, é possível reforçar esse exercício em razão das informações que precisam ser assimiladas em duas línguas.
O que, sem dúvidas, contribui não apenas com a saúde da memória na fase adulta, como também representa um importante componente para o desempenho profissional posteriormente.
Para entender ainda mais como o bilinguismo na educação infantil pode desenvolver tais habilidades, leia também sobre o funcionamento do cérebro bilíngue no artigo descubra como estimular o cérebro bilíngue.
A verdade é que o bilinguismo pode ser muito mais proveitoso e necessário no ensino infantil. Se você é um gestor escolar e quer implementar o ensino bilíngue na sua escola, a fim de garantir os 5 benefícios gerados a partir do processo de ensino e aprendizagem da segunda língua dentro da sua instituição, clique no banner abaixo e fale com um dos nossos consultores. Continue acompanhando o blog do Edify para ficar por dentro das temáticas sobre o bilinguismo e até breve!
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